top of page

Operação de Sistemas de Troca de Amostra em Testes Contínuos de Filtração de Aerossóis

  • Foto do escritor: Pituã Brasil Business
    Pituã Brasil Business
  • há 1 hora
  • 6 min de leitura

Arquiteturas, integrações e controle para troca de linha/porta-amostra em bancos de ensaio contínuos de aerossóis.



Resumo: A troca de amostra em testes contínuos viabiliza medições upstream/downstream de eficiência fracionária com um único instrumento, reduzindo incertezas e aumentando a reprodutibilidade em conformidade com normas de ensaio.



1. Conceitos Fundamentais


1.1 Definição e objetivo

Em bancos de teste de filtros, sistemas de troca de amostra (manifolds multiportas, válvulas rotativas/solenoides de 2–6 vias, comutadores térmicos) alternam a amostragem entre pontos distintos, tipicamente montante (upstream) e jusante (downstream), ou entre múltiplos elementos/zonas. Isso permite caracterizar eficiência fracionária e pressão diferencial em tempo quase real usando um único canal de medição.



1.2 Princípios físicos e comportamento de partículas

  • Comportamento de partículas: dominado por difusão browniana (<100 nm), interceptação e impacto inercial (0,1–5 µm), sedimentação e forças gravitacionais (>5 µm). O número de Stokes e o regime de Reynolds nos dutos determinam perdas em curvas e válvulas.

  • Propriedades dos aerossóis: distribuição de tamanho (monodispersa/polidispersa), índice de refração, carga elétrica e higroscopicidade afetam a análise granulométrica e a calibração óptica.

  • Fundamentos da filtragem: mecanismos de captura se superpõem; a MPPS (Most Penetrating Particle Size) para filtros HEPA e ULPA tipicamente está entre 80–200 nm. A eficiência fracionária é função do tamanho e do estado de carregamento do meio filtrante.

  • Amostragem isocinética: ao alternar linhas, a velocidade de amostragem deve igualar a velocidade do escoamento local para evitar viés granulométrico, sobretudo para partículas micrométricas.


1.3 Parâmetros críticos

  • Pressão diferencial (ΔP): indicador de resistência do filtro; monitorada continuamente para correlação com eficiência e estado de carregamento.

  • Tempo morto e volume morto: afetam a resposta dinâmica após a comutação; a constante de tempo do sistema deve ser menor que o intervalo de aquisição.

  • Perdas em linhas: difusão, deposição gravitacional e impacto em conexões. Minimizar com linhas curtas, diâmetros adequados e curvas suaves.

  • Neutralização de carga: neutralizadores (p. ex., fonte de raios X macia) estabilizam a carga, essencial para medições com espectrômetro de aerossol e SMPS.


2. Métodos e Técnicas de Medição


2.1 Visão geral

Os principais métodos em sistemas de teste e medição com troca de amostra incluem:


  • Contagem de partículas por espalhamento óptico (OPC/OPS): fornece número por classe de tamanho, adequada a 0,1–10 µm.

  • Espectrometria por mobilidade elétrica (SMPS): resolve 10–500 nm com alta resolução, ideal para MPPS e eficiência fracionária de HEPA/ULPA.

  • Espectrômetro aerodinâmico (APS): faixa 0,5–20 µm, relevante para filtros grossos e ISO 16890.

  • Fotometria/nefelometria (PAO/DEHS): avaliação de penetração total (massa/obscurecimento) e testes de vazamento.

  • Método gravimétrico: ganho de massa em filtros de amostragem para eficiência por massa.


2.2 Como funcionam e quando usar

  • OPC/OPS: detectores ópticos classificam por amplitude de pulso. Usar em HVAC (ISO 16890), cabine automotiva e monitoramento de estabilidade. Limitações: dependência do índice de refração e coincidência a altas concentrações.

  • SMPS (espectrômetro de aerossol por mobilidade): classifica por mobilidade elétrica em DMA e conta via CPC. Ideal para filtros HEPA e ULPA conforme normas de ensaio EN 1822/ISO 29463. Limitações: tempo de varredura; requer aerossol neutro e estável.

  • APS: tempo de voo aerodinâmico; bom para partículas maiores e aplicações industriais e automotivas. Limitações: não resolve sub-0,5 µm.

  • Fotômetros: medem concentração total (massa/obscurecimento) de aerossol de teste (PAO/DEHS). Ótimo para varredura de vazamentos e controle rápido. Limitações: não fornecem distribuição de tamanho.

  • Gravimetria: filtros de referência a montante/jusante com balança analítica. Útil para poeiras padronizadas; limitação em resoluções temporais.


2.3 Eficiência fracionária e cálculo

A eficiência fracionária η(dp) é calculada por bin de tamanho como η = 1 − Cdown(dp)/Cup(dp), onde C são concentrações numéricas ou por massa. Em sistemas com comutação, sincronizam-se janelas upstream/downstream e compensam-se atrasos/decadência via correções de tempo e background.



2.4 Normas relevantes

  • EN 1822 / ISO 29463: filtros HEPA e ULPA; exige eficiência fracionária próxima à MPPS e teste de vazamentos.

  • ISO 16890: filtros HVAC; abordagem baseada em frações ePM1, ePM2.5, ePM10; inclui condicionamento e análise granulométrica.

  • ISO 5011 (entrada de ar automotivo) e ISO 11155 (cabine): definem protocolos de poeiras e curvas de ΔP.


3. Equipamentos Usados no Setor


3.1 Módulos de comutação

  • Válvulas multiportas (2–6 vias): atuadas por solenóide ou motor; baixa perda de carga, baixo volume morto e materiais antiestáticos.

  • Manifolds comutáveis: permitem múltiplas tomadas para upstream/downstream e amostras de referência.

  • Controladores de tempo: coordenam tempos de purga, aquisição e sincronização com o sistema de contagem de partículas.


3.2 Geração e condicionamento de aerossol

  • Geradores de NaCl/KCl por atomização e secagem para ensaios EN 1822/ISO 29463.

  • Geradores de óleo (DEHS/PAO) por atomização Laskin/jet; amplamente usados em varredura de vazamentos e HVAC (ISO 16890 em parte do fluxo).

  • Neutralizadores (raios X macios) para estabilização de carga.

  • Condicionadores de temperatura/UR para controlar higroscopicidade e coagulação.


3.3 Instrumentação de medição

  • Espectrômetro de aerossol SMPS/OPS/APS: resolução fracionária em ampla faixa de tamanho.

  • Contadores de partículas (OPC/OPS, CPC): monitoramento rápido por classe.

  • Fotômetros/nefelômetros: penetração total e varredura de vazamentos.

  • Transdutores de pressão diferencial: ΔP de alta resolução e baixa deriva.


3.4 Sistemas integrados de ensaio

Existem bancos modulares para filtros automotivos e industriais com troca automática de amostra, incluindo soluções como sistemas TOPAS para geração de aerossol e medição, integráveis a OPC/SMPS e módulos de válvulas de baixa perda. Esses sistemas padronizam vazão, ΔP, comutação e aquisição, elevando a reprodutibilidade.



4. Aplicações Reais em Indústria e Laboratórios


4.1 Filtros HEPA/ULPA e salas limpas

Ensaios conforme EN 1822/ISO 29463 exigem eficiência fracionária próxima à MPPS e verificação de vazamentos. A troca de amostra alterna entre upstream/downstream e pontos de varredura da face do filtro, com fotômetro e OPC/SMPS. O controle de pressão diferencial evita deformações do meio filtrante.



4.2 HVAC e ISO 16890

Para filtros HVAC, o sistema comuta entre linhas para medir ePM1, ePM2.5 e ePM10 com contagem de partículas e/ou APS, além de métodos gravimétricos. A estabilidade do aerossol de teste e a correção de perdas são críticas para reprodutibilidade.



4.3 Automotivo e turbinas a gás

Em filtros de admissão e cabine (ISO 5011/11155), a comutação atende múltiplos pontos de amostragem antes e depois do elemento, correlacionando ΔP, eficiência por tamanho e queda de performance sob poeira padronizada. Para turbinas, o foco é controle de finos para erosão e depósitos, com APS/OPC.



4.4 P&D de meios filtrantes

Laboratórios de P&D avaliam formulações de meios filtrantes com SMPS/OPS em testes contínuos, alternando amostras entre múltiplos cupões/mini-pleats. A troca rápida reduz deriva de fonte e melhora a comparação estatística.



5. Boas Práticas e Parâmetros Críticos


5.1 Projeto de linhas e válvulas

  • Igualar comprimento e diâmetro interno das linhas upstream e downstream para perdas simétricas.

  • Minimizar volume morto e utilizar válvulas com caminhos suaves; evitar tees com ângulo agudo.

  • Usar materiais antiestáticos para reduzir adesão eletrostática.


5.2 Controle de tempo e sincronização

  • Definir tempo de purga após cada comutação com base na constante de tempo do manifold.

  • Sincronizar trigger de aquisição do instrumento (OPC/SMPS) com o controlador da válvula.

  • Aplicar correção de lag entre upstream e downstream em cálculos de eficiência fracionária.


5.3 Estratégias de medição

  • Para HEPA/ULPA: SMPS com neutralização de carga e distribuição de NaCl; varredura de mobilidade adequada e repetibilidade de bins.

  • Para HVAC: OPS/APS com calibração por esferas PSL (índice de refração conhecido) e validação gravimétrica.

  • Para vazamentos: fotômetro DEHS/PAO com mapeamento de face e troca de amostra por zonas.


5.4 Redução de incerteza e aumento de reprodutibilidade

  • Calibrar vazão de amostragem e ΔP periodicamente; usar padrões traçáveis.

  • Validar perdas de linha com aerossol monodisperso e comparar razão upstream/downstream sem filtro (bypass controlado).

  • Aplicar correção de coincidência em OPC e verificação de baseline (zero-check) com filtro HEPA em linha.

  • Implementar análise granulométrica consolidando bins consistentes entre ciclos.


5.5 Erros comuns e como evitar

  • Purgas insuficientes após comutação geram subestimação da eficiência; dimensione tempo de purga por 3–5 constantes de tempo do volume morto.

  • Assumir perdas iguais em linhas diferentes; valide e compense por fator de transferência.

  • Desalinhamento de vazões e violação da isocineticidade; ajuste diâmetros dos bicos de amostragem.

  • Ignorar deriva do aerossol de teste ao alternar; use canal de referência estável ou medição intercalada de verificação.


5.6 Tabela conceitual de seleção de método


6. Conclusão Técnica

A operação rigorosa de sistemas de troca de amostra em testes contínuos é determinante para medir com precisão a eficiência fracionária e a pressão diferencial de filtros nas mais diversas aplicações. A seleção correta do método (OPC/SMPS/APS/fotometria/gravimetria), o controle do aerossol de teste e o projeto de linhas e válvulas com perdas minimizadas garantem reprodutibilidade e conformidade com normas de ensaio como EN 1822/ISO 29463, ISO 16890 e ISO 5011. Sistemas integrados e modulares, incluindo soluções amplamente empregadas no setor como os sistemas TOPAS, aliados a protocolos bem definidos, elevam a confiabilidade metrológica e reduzem a incerteza.


CTA Técnico Final: Se sua empresa precisa de equipamentos, soluções técnicas ou orientação especializada para testes de filtros, fale conosco.


 
 
 

Comentários


bottom of page